Estamos vivendo num contexto social, em que as instituições estão ficando cada vez mais em evidência, levando a crer que as pessoas estão mais sedentas e ansiosas para encontrarem as reais soluções aos problemas que afligem a todos nós, como cidadãos, de forma direta ou indireta. Paira no ar uma tensão, um certo pessimismo, diante de uma sequência de crises de toda ordem, tais como aenergética, hídrica, social, econômica, moral e tantas outras, mostradas pela mídia, muitas vezes de forma irresponsável, como se não houvesse mais espaço para notícias positivas e inspiradoras.
Essa situação sintomática fez com que houvesse a eclosão dos movimentos sociais em praticamente todo país, em forma de protestos em diferentes locais públicos, principalmente nos grandes centros e aglomerados urbanos, cujo ápice social foi reconhecidamente os movimentos sociais denominados “Jornadas de Junho”, em 2013, prevalecendo até os dias de hoje, diante das muitas incertezas em que se encontra nosso país. Fato positivo desse fenômeno social tem sido a legitimidade com que tais movimentos têm se manifestado ultimamente, a saber, de forma ordeira e dentro dos preceitos previstos na Carta Magna, que rege as regras de convivência numa sociedade democrática, onde deve imperar o Estado Democrático do Direito.
Entretanto, respeitados os mesmos direitos enunciados anteriormente, qual seja o direito de reunião, previstos no art. 5º, inciso XVI, quando estabelece que “[...] Todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais aberto ao público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente”, o quevem se observando e preocupando as autoridades do setor da segurança pública são alguns movimentos imiscuídos nesse burburinho social que, sob a alegação de reivindicar direitos vêm adotando práticas radicais, sob o lema de que estão “EM LUTA...” por uma causa coletiva, mas que recorrentemente ferem os direitos difusos ou de outras pessoas dessa mesma sociedade, o que é inadmissível.
Atos de violência e vandalismo contra pessoas, contra policiais militares que cumprem o dever de defender a segurança, inclusive dos próprios manifestantes e contra o patrimônio público e privado são as marcas registradas desses movimentos que, sob o argumento de chamarem a atenção para uma causa, recorrem às ações de desordem pública, pois sabem que a mídia dará vazão a esse tipo de comportamento, pois essa pretensa “LUTA”, envolve outros interesses, que não o de buscar uma sociedade mais justa e capaz de refletir sobre os verdadeiros problemas sociais, mas uma forma sutil em desacreditar as instituições sérias desse país, confundindo os ineptos e os desinformados e, por conseguinte a opinião pública.
Já tardou o momento dessas mesmas instituições acordarem para o problema, posicionando-se sobre a preocupante situação pela qual passa nosso país, como a criminalidade crescente, as altas taxas de homicídio, principalmente entre os mais jovens, o desempregos desenfreado, as famílias desestruturadas, o abandono e a desesperança. Mas ainda resta esperança, por meio de atitudes, iniciativas de todos nós cidadãos do bem. A sociedade já deu provas incontestáveis de que sabemos e podemos nos organizar para a busca de um ideal, de um resultado, como já foi dito anteriormente e demonstrado nas ruas, por meio dos protestos, mas agora é tempo de arregaçarmos as mangas e agirmos, começando pelas ações mais simples, que dependem de nós mesmos. Corrigindo nossos desvios de ações, trocando a moeda da “ESPERTEZA”, por ações de cidadania, que no dizer de João Ubaldo Ribeiro é a matéria prima necessária para construir esse país, ou melhorá-lo.
Marcos Antonio Félix
Tenente Coronel PM, comandante do 10º Batalhão de Polícia Militar do Interior 10 - Piracicaba
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